07out
2013
1

Peter Pan e Wendy em Doce

Todos já sabem que Peter Pan era um menino que não queria crescer. Todas as noites ele ficava ouvindo as histórias na casa da família Darling em Londres. Quem toda noite alegrava as crianças com uma narrativa diferente era a Sra. Darling contava a seus filhos: Wendy, João e Miguel.

A família Darling não tinha muitas posses. Eles não tinham babá, apenas uma cachorra que se revelava uma verdadeira babá: carinhosa, atenta, cuidadosa…, enfim, era tudo o que eles precisavam para ter as crianças bem protegidas. Naná, a cachorra, também ficava no quarto ouvindo as belíssimas histórias: inclusive a história do menino Peter Pan, o que não queria crescer.

Todas as noites, a senhora Darling repetia a mesma cena: contava lindas histórias. Há algumas noites, ela encontrara folhas estranhas perto da janela e não eram folhas de árvores que cresciam em Londres, pertenciam a árvores que crescem em lugares bem distantes. Ficou bastante intrigada!

Certa noite, Naná observou uma sombra estranha no quarto das crianças, agarrou com a boca e a sombra não teve tempo de fugir com o dono da sombra: Peter Pan. A senhora Darling observou tudo, pegou a sombra, enrolou-a, guardou-a numa gaveta e não sabia mais o que fazer. Estava apavorada!

Peter Pan ficou desesperado, estava sem a sua sombra.

Mais tarde, ele voltou ao quarto de Wendy. Com a ajuda da fada Sininho, vasculharam todos os lugares. Finalmente, encontraram a sombra.

Peter Pan tentou de todas as maneiras colar a sombra em seu corpo e nada dava certo. Chorou, chorou tanto que acabou acordando a Wendy.

Wendy perguntou ao menino por que ele estava chorando. Ele respondeu que não conseguia unir sua sombra ao corpo.

Wendy resolveu a situação e costurou a sombra de Peter Pan. Depois, Wendy, muito curiosa, quis saber tudo sobre a vida de Peter: nome, onde morava, o que fazia…

Ele disse que morava muito distante:

–… segunda, à direita, depois sempre em frente, até de manhã. Esse lugar é muito, muito longe. Não tenho família. Fugi de casa, pois não queria crescer. Quero ser sempre criança para poder me divertir muito. Fugi para os jardins de Kensington para viver no meio das fadas.

Wendy perguntou:

– Gostaria de saber como as fadas surgiram?

Peter respondeu:

– Toda vez que um bebê ri pela primeira vez, assim surgem as fadinhas. Quando uma criança diz que não acredita em fadas, outra morre nesse exato momento.

Peter se lembrou de que precisava voltar a sua Terra e terminar de contar a história (a que acabara de ouvir da Sra. Darling) para os meninos perdidos. Ele ouvia todas as noites na sacada da casa da Sra. Darling e voltava voando para casa para contar aos meninos perdidos.

– Como você vai para a Terra do Nunca? perguntou Wendy.

– Voando! Wendy. Você poderia contar as histórias para os meninos.

– Não posso! Mamãe ficaria muito triste. Mas, voar seria fantástico!

Wendy ficou encantada com a ideia. Decidiu ir, levar os irmãos nessa viagem, mas precisavam aprender a voar…

A aula para aprender a voar foi muito rápida.

Peter Pan disse:

– Basta ter pensamentos gostosos, pois eles farão qualquer um subir ao ar. Lógico que também precisam realmente do pozinho mágico da Sininho.

Bastou o sopro de um pouquinho de pó da Sininho para eles começarem a voar.

Subiram, desceram, subiram…

Lá do outro lado, Naná sentia o cheiro de algo estranho, estava muito desconfiada e fora enganada por eles. Mesmo assim, foi chamar os pais das crianças que estavam jantando na casa de vizinhos. Infelizmente, não deu tempo. Eles já tinham ido embora.

As crianças saíram do quarto. Estavam fascinadas pela grande aventura. Sobrevoaram a própria casa. Viram as casas vizinhas. O grande Big Ben…  Estavam nas nuvens, literalmente. Subiram, deslizavam, para todos os lugares. Deixaram Londres: Big Ben, London Bridge, Park Kensington, Palácio de Buckingham, os guardas da rainha…  Tudo e todos ficaram para trás.

Voaram, voaram muito…  Brincaram até de seguir o chefe.

Já cansados de tanto voar, avistaram uma terra fascinante, igualzinha a do mapa que está na cabeça de todas as crianças. Avistaram tudo: tendas de índios, rio misterioso, matilha de lobos, ursos, tartarugas enterrando ovos na praia, lagoa das sereias, barco, piratas…, enfim, o mapa completo. Agora o mapa não estava só na imaginação, era de verdade. O faz de conta ficara para trás.

A ilha estava igual. Os meninos à procura de Peter, os piratas à procura dos meninos perdidos, os índios à procura dos piratas e as feras à procura dos índios. Todos estavam na mesma roda da Terra do Nunca. Todos à procura de alguém.

Sininho, lá no alto, estava totalmente enciumada, pois Peter Pan só dava atenção para Wendy.  A fadinha, então, teve uma ideia: chegar antes e dizer aos meninos perdidos para flecharem o pássaro rosa que voava bem perto de Peter Pan. Os meninos atenderam ao pedido de Sininho: Wendy alvejada. Felizmente, não acontecera o pior com Wendy. Sininho fora descoberta e punida por Peter Pan. Os meninos perdidos ficaram apavorados, ajudaram Wendy e acolheram os novos visitantes.

Ansiosos, João e Miguel queriam desvendar a Terra do Nunca. Os meninos perdidos, com roupas dos animais caçados, levaram os visitantes para tentar ver as sereias. Essas não queriam ser vistas e assim que eles chegaram ao local, todas as sereias mergulharam rapidamente, uma a uma. Infelizmente, pouco visualizaram, mesmo assim ficaram extremamente felizes.

Do outro lado da ilha, os piratas sabendo da presença de Peter Pan, provocaram-no amarrando no barquinho, a índia, filha do pajé e estavam levando-a para o Capitão Gancho, inimigo número um de Peter Pan.

Peter Pan, bem astuto, fingiu-se de Capitão Gancho, imitou a voz do temido capitão, ordenando os piratas a libertarem a indiazinha. Quando estavam na praia, os piratas perceberam que haviam sido enganados. Piratas e Peter Pan lutaram para salvar a índia.

Depois de vencer todos, Peter Pan e Wendy levaram a índia sã e salva para a tribo.

Os índios ficaram extremamente satisfeitos com a proeza de Peter Pan. Resolveram então ajudar Peter e os meninos perdidos, mantendo sempre alguns índios em alerta, próximos ao esconderijo dos meninos. Avisaram a todos do costume indígenas: quando vencem uma batalha, tocam o tambor para sinalizar que o inimigo está totalmente abatido.

Capitão Gancho ficara inconformado com a primeira derrota sofrida com a indiazinha, por isso tenta mil maneiras para aprisionar o seu pior inimigo, aquele que conseguiu dar o nome ao Capitão, quando lhe cortou a mão e a deu ao crocodilo que adorou sua carne e agora quer devorar o resto do corpo. Por sorte do Capitão, o crocodilo engoliu um despertador e sempre que está por perto todos sabem, pois o tic tac o acompanha sempre. Que sorte, Capitão Gancho! Será?

O Capitão Gancho vasculhou centímetro por centímetro da Terra do Nunca e nada.

Até que em um momento…, chegou perto de alguns cogumelos gigantes e observou fumaça saindo de um deles. Desvendado o mistério!!! Descobrira o segredo: os meninos perdidos vivem no subterrâneo, por isso até hoje nunca os tinha encontrado.

– Ufa! Agora chegou a minha vez!  Vou arquitetar um plano! disse o vilão.

Enquanto isso no subterrâneo, os meninos perdidos ouviam e ouviam belíssimas histórias contadas por Wendy.

Estão todos felizes e felizes… Wendy, João e Miguel também. Mas, em uma noite, Wendy conta aos meninos a sua história e lembra-se, com carinho, de sua mãe. Pensa: ”Como ela estaria? Como era bom ter mãe!” Os meninos perdidos querem ter uma mãe, como a dos visitantes. A saudade bateu forte demais! Resolveram voltar para casa. Os meninos perdidos decidiram seguir Wendy, João e Miguel. Peter Pan disse que não voltaria com eles, pois não queria crescer.  Para ele, ”juventude não é nada bom…”

Lá em cima, os índios observavam atentamente o esconderijo dos meninos perdidos, queriam muito ajudá-los, mas os piratas sondaram a região toda e se aproximavam cada vez mais… Só que os índios não eram suficientes para afugentar os piratas. Esses chegaram sorrateiramente, lutaram e dominaram os índios. Sabendo do segredo indígena, tocaram os tambores e os meninos achando que tudo estava perfeito, saíram tranquilamente para voltar a Londres. Foram todos capturados, amarrados pelos piratas e levados para o navio pirata.

Peter Pan, sozinho no subterrâneo, imaginava que já estavam todos próximos da casa dos Darling, o nº 14 em Londres, pertinho do Big Ben. Mas, nesse momento, Sininho, arrependida de tudo que havia feito com Wendy, veio avisar Peter Pan de que o plano arquitetado por Capitão Gancho era acabar com todos e envenenar Peter Pan. O Capitão colocara veneno no remédio do Peter Pan. Ele não acreditava mais na Sininho e ela para provar que tinha razão, bebeu o veneno e morreu. Mas, como todas as crianças acreditam em fadas, Sininho volta à vida.

Depois de todos os maus momentos, Peter Pan precisava fazer algo diferente para acabar definitivamente com o Capitão Gancho. Pensou, pensou e encontrou uma saída…

Lá no barco pirata, todos aprisionados: Wendy estava presa ao mastro, os outros amarrados… Capitão Gancho era o dono da situação.

De repente ouviu-se bem forte: Tic.Tac.Tic.Tac…

Capitão Gancho ficou estático, assustado com muito medo. Era o esperto do Peter Pan com um despertador na mão. Agora era ele, o dono da situação. Desamarrou Wendy e os meninos. Todos lutaram para reverter o quadro.

Peter Pan e Capitão Gancho lutaram, lutaram… Peter Pan empurrou o Capitão Gancho com um estupendo golpe de sua espada.

O crocodilo assistiu a tudo feliz da vida, pois viu que a sua presa estava bem fácil para cair em sua boquinha faminta.

Ploft! Caíram na água: gancho, chapéu, Capitão, piratas… O crocodilo ficou alucinado de um lado para outro, atrás da sua presa… Alguns piratas ao mar.

– Capitão Gancho?!? gritavam os piratas.

Peter Pan só conseguiu ver o chapéu e o barco com um pirata fugindo rapidamente. Nem se conseguia ver o remo, tal a velocidade que ele remava.

E o Capitão? Ninguém sabe, ninguém viu…

Peter, Pan, Wendy, João, Miguel, Sininho, os seis meninos perdidos… foram para Londres…

Viajaram… viajaram… voaram… voaram…  Chegaram ao número 14, à casa da família Darling.

A Sra. Darling ficou feliz com o retorno de seus filhos: Wendy, João e Miguel.

As crianças pediram à mãe para acolher os meninos perdidos e a família os acolheu. Os meninos perdidos, felizes, pois terão que voltar à escola e crescer… crescer… e crescer…

Peter Pan resolveu voltar para a Terra do Nunca,  pois não queria crescer. Queria também sempre estar presente na vida de Wendy, da filha da Wendy e da filha, da filha, da filha de todas as Wendys, Joões e Miguéis… Queria mostrar todo o mapa da Terra do Nunca, não o faz-de-conta, mas o de verdade, pois crescer, ele não queria não. A juventude não é para ele.

Pesquise a biografia de James Matthew Barrie.

Conheça as releituras desse livro:

Estátua de Peter Pan em Londres

Tower Bridge em Londres

Adquira o seu exemplar e construa a sua versão da história: Peter Pan e Wendy em Doce

Você já leu esta história em Inglês?  Peter Pan and Wendy in Candy

Comentário(1)

Responder