10fev
2012
2

A Cigarra e as Formigas em Doce

Em um lugar bem distante, morava uma Cigarra feliz, saudável, de bem com a vida. Ela vivia cantando por todos os cantos. Primavera, verão… a cigarra lá estava com sua música ecoando longe, enchendo de alegria a mata. Às vezes, ela parava para observar a rotina das formigas, que não paravam de carregar folhas.
A Cigarra questionou as formigas:
– Por que vocês não param um pouco?
As Formigas nem pararam para responder. Disseram que precisavam guardar alimento, pois quando o inverno chegasse, estariam abastecidas.
A Cigarra muito leve e despreocupada ponderou:
– Aproveitem a vida. Vamos ouvir o canto e brincar.
As Formigas responderam:
– Não podemos. Temos muito, muito trabalho a fazer.
A primavera deixava todos alegres. A Cigarra continuava sua cantoria. As Formigas, por sua vez, nem percebiam a estação das flores, pois elas só trabalhavam, mais do que de sol a sol: levavam folhas para o abrigo. Folhas e folhas eram armazenadas no formigueiro.
As Formigas estavam tão preocupadas com o seu trabalho que se esqueciam de observar ao redor: os bichinhos alegrando a natureza; as borboletas voando e desfrutando da exuberância e do perfume das flores… As incansáveis labutadoras cortavam e transportavam; carregavam e descarregavam; iam e vinham; estavam em todos os lados, em busca de mais e mais alimento.
Primavera…
Verão…
Outono… e a Cigarra continuava cantando.
Os outros bichinhos também trabalhavam. O serra-pau cortava tudo o que encontrava. As joaninhas pintavam toda a paisagem. Os caracóis passeavam pra cá e pra lá, em marcha lenta, em busca de comida, agora já bem escassa. A Cigarra continuava em sua rotina, mas já era raro o que comer. Emagrecera muito. Podia-se ouvir seu canto ainda, mas fraquinho, ecoando frágil na floresta.
O inverno chegava… Cada dia mais intenso. A Cigarra não arrumava lugar para se proteger de tanta neve, a comida acabou de vez. Lembrou-se, então, das precavidas formiguinhas. Estava tão fraca que nem conseguia andar direito. Arrastava-se na branca neve, arrasadora.
O formigueiro todo agora estava tranquilo, pois era um lugar quentinho e havia ali alimento em abundância.
Depois de um bom tempo, chegou à porta do formigueiro e viu uma Formiga guardiã. Implorou por um lugar para se abrigar e se alimentar. A Formiga, puxando pela memória, lembrou-a de seu comentário na primavera, quando ela só queria saber de cantar, de divertir-se e convidava-as para a diversão também. Respondeu- lhe:
– Você cantou o verão inteiro, agora, dance…
Um grupo de formigas cercou a Cigarra franzina e fraquinha e, reforçando o que disse a guardiã:
– Você cantou o verão inteiro, agora, dance…
E entregaram a ela um saiote e sapatilhas de balé.
A Cigarra ficou muito triste, mas sabia que as Formigas tinham razão. Afinal de contas, ela não havia se precavido para nada. As Formigas se divertiram muito com a conversa. Muitas rolaram no chão de tanto rir.
A Formiga-Rainha só observava a cena. Como era muito justa, sempre preocupada com seu reino, disse:
– Aqui em nossa colônia, todos trabalham. As minhas súditas trabalham sem cessar. Você poderia cantar para elas e o trabalho ficaria menos árduo, pois teriam momentos para desestressar. Você trabalharia com seu canto. É o que você faz sempre. Assim todos ficariam felizes: cada um fazendo o que mais sabe.
Dessa forma, a Cigarra ficou por lá, abrigada dos rigores do inverno pela generosidade da Formiga Rainha.
Num belo dia, a Cigarra, de violão em punho, resolveu realizar um grande concerto para as Formigas e pensou:

– Sempre o nosso dia a dia pode transformar-se em grandes dias, basta querer.

Pesquise a biografia de Esopo.

Adquira o seu exemplar e construa a sua versão da história: A Cigarra e as Formigas em Doce

Comentários (2)

  • Vitor maques costa

    Para uso didático

    Responder
    • Bete

      Nossos livros são paradidáticos, pois o professor desenvolve um projeto diferenciado com eles.

      Responder

Responder