10maio
2012
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Chapeuzinho Vermelho em versos

     Beth Cury

Era uma vez…
uma menina mimosa
e prestativa.
Onde morava?
Perto da floresta.
Com quem?
Ah! Com sua mãe, zelosa.
Adorava cuidar da filhinha e da mãe idosa,
não descuidava.
Mas havia um senão:
essa mãe idosa, morava longe,
do outro lado da floresta,
era mesmo distante.

Um dia, a mãe de Chapeuzinho
chamou-a e pediu:
– Leve esta cesta de doces à vovozinha.
Ela está doentinha.
Foi um instante.
A menina, com a capinha vermelha de capuz,
que a avó lhe fizera
e que o nome Chapeuzinho então lhe dera,
partiu.
Antes a mãe recomenda:
– Vá pelo caminho mais curto,
não atravesse a floresta!

E lá se foi Chapeuzinho.
Seguia o caminho do bosque,
quando ouve:
– Chapeuzinho! Chapeuzinho!…
A menina se espanta: o Lobo!
A fama dele era de mau.
O que ele queria?
Devorá-la, é claro!
Com voz mansinha, pergunta a ela:
– Aonde você vai, menina?
E ela:
– Vou à casa de minha avó.
Ela está doente
e carente
de uns docinhos, de um carinho…
– Por que você também não leva flores? –
disse o Lobo, só pra esticar conversa.
– Boa ideia! Quem sabe é melhor que geleia!
E põe-se a colher.

O Lobo, que conhecia bem o pedaço,
corre na frente,
um plano na cabeça.

A menina se demora, colhendo,
colhendo… muitas flores,
mal cabiam em seu braço.
Com isso, faz um caminho longo.
Distraída, entra na floresta.

O Lobo chega primeiro:
Bate à porta:
– Toc, toc, toc!…
– Quem bate? – pergunta uma voz lá dentro.
– Sou eu, Vovó! Sou Chapeuzinho. –
responde o Lobo e a voz disfarça.
– Entre, minha netinha!.
O Lobo entra
e na avó dá um jeito.
Em seu lugar se deita,
de camisola, de touca.
Semelhança?  Pouca.

Chapeuzinho chega também:
– Toc, toc, toc…
– Quem é? – responde o Lobo
e a voz disfarça.
– Entre, minha netinha!
A menina entra e estranha:
– Vovó, por que essas orelhas tão grandes?
– São pra te escutar. Venha cá.
A menina, mais próxima:
– Por que esses olhos tão grandes?
– São pra te olhar.
– E pra que esse nariz tão comprido?
– Sente-se aqui. São pra te cheirar.
– E essa boca tão grande?
Cansado de tanta pergunta
e de tanto disfarce
salta e avança.
A menina, assustada,
se defende:
corre,
grita,
na janela,
se esquiva.

Um caçador que passava
acode.
Vale-se de tudo:
pedra
espingarda
facão
água fervente!…

Afinal, o Lobo Mau
se deu mal!

Salvas avó e neta!… Vivinhas!
Uns dizem que a avó
tinha ficado escondida no armário,
Outros: na barriga do Lobo.
Quem é que sabe?
Isso pouco importa.

Convidaram o caçador
pra juntos comemorarem
pra juntos devorarem…
O Lobo?
Não! Os docinhos:
suspiros, beijinhos, sonhos,
muitos sonhos!…

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