Vitória-Régia em Doce
Em uma tribo indígena morava uma jovem índia, bonita, sonhadora, chamada Naiá. Desde criança, ouvia histórias, contadas pelo cacique da tribo: histórias das estrelas, da lua… Ele contava que a lua era um guerreiro branco, forte, belíssimo, poderoso…, e, nas noites de luar, descia à Terra, para se casar com uma índia, depois transformá-la em uma nova estrela.
Todas as noites de lua cheia, Naiá ficava hipnotizada com seus raios prateados, esperando ser a escolhida, para se casar com a majestosa lua e se tornar uma estrela.
Sempre que a lua brilhava plena no céu, dela Naiá se enamorava, mas nunca conseguia ser a escolhida. Noite após noite, lá estava ela, admirando apaixonadamente o guerreiro branco para ver se aquela seria a noite da escolha. E nada…
Às vezes, ela corria na mata iluminada para tentar alcançar a lua. Mas ela sempre indiferente e bem afastada.
Naiá nunca quis se casar com nenhum guerreiro de sua tribo, só pensava no guerreiro branco, prateado que pairava no céu estrelado à procura de uma noiva.
Perseguia a lua, na esperança de que a notasse. Sempre a cena se repetia. Naiá cada vez mais decepcionada, pois mais uma noite se passara. A lua desaparecia. A índia não se transformava em estrela.
Vivia sonhando com o encontro. Cansada, desiludida e chorosa… Certa noite, estava às margens de um lago cristalino… De repente, percebeu a lua refletida nas águas. Ficou extasiada!
Pensou que aquela exuberante imagem fosse o guerreiro branco, a quem amava muito e que tivesse descido às águas para buscá-la. E, para não perdê-lo, atirou-se às águas profundas do límpido lago.
A lua, que ainda pendia no céu, presenciou a triste cena. Para recompensar o sacrifício da bela índia, como não a quisera como esposa, resolveu transformá-la em uma estrela diferente: uma estrela das águas.
Transformou o corpo da sonhadora índia numa flor imensa, exuberante e perfumada. A folha majestosa e monumental parece uma lua verde reinando nas águas brilhantes do lago.
Todas as noites, até hoje, independente da lua, essa flor abre suas enormes pétalas para que ilumine sua corola branca com os reflexos prateados da luz do luar.
Quando os primeiros raios de sol despontam no céu e beijam as águas do lago, aquela flor branca torna-se rosada. Abre suas pétalas de um cor-de-rosa radiante, para mostrar sua feição delicada e exuberante.
E a flor exótica reina soberana nas águas, tornando-se a maior estrela na terra das flores: a Vitória-Régia.