23jul
2010
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O Patinho Feio em Doce

Era uma vez uma pata muito feliz, que vivia próximo a um caudaloso rio. Estava radiante, enquanto aquecia pacientemente seus ovos. De repente, viu bem a sua frente um enorme ovo. Pensou: “Como ele veio parar aqui?” Achou bastante estranho, pois o ovo era bem diferente no tamanho, mas chocou-o em meio a todos os outros.  Até que…

Os ovos começaram a quebrar. Das cascas rompidas surgiam lindos patinhos, amarelinhos: um, dois, depois três, quatro…, mas o ovo grande não se quebrava. Dona Pata, muito preocupada e impaciente, resolveu ajudar e bicar o tal ovo, para que o filhotinho saísse. Mas, nada…

Tentou muito, até que um dia surgiu um filhote bem grande e diferente dos demais:  não era amarelinho, nem gracioso, era cinza, desajeitado, enorme e feio. Achou tudo isso muito estranho!

Desconfiada, resolveu nadar no rio, pois se o filhote não fosse pato, não nadaria como os demais.

Apesar de desengonçado, nadou como os outros. Orgulhosa da sua cria, foi apresentar os filhotinhos às galinhas. Dona Galinha estava radiante com os seus pintinhos e achou bem estranho e feio aquele patinho cinza.

Todos os pintinhos passaram a judiar do diferente e, ao invés de brincar, batiam nele e bicavam-no o tempo todo, a ponto de machucá-lo. Os outros bichinhos também, não podiam ver o Patinho Feio que começavam a maltratá-lo. Os porquinhos não fizeram diferente, exageraram tanto que ele ficou realmente aborrecido.

Cansado de ser maltratado, ao anoitecer de um dia terrível, resolveu que  ia distanciar-se de sua família. Assim fez. E nenhum bichinho percebeu que ele estava indo embora. Fugiu para ver se encontrava companheiros que gostassem dele.

Encontrou em um brejo uma família de marrecos, todos eles em total harmonia. O nosso Patinho sentiu-se bem, ali. Encontraria acolhida?

De repente, ouviram-se estrondos. Era uma espingarda atirando nos marrecos.  Escondidinho,  o Patinho viu um cachorro, observando  tudo, atento, só esperando uma ordem. A cena era assustadora! Viu, então, o cachorrão tirar do brejo os marrecos. Todos foram abatidos, um a um. Todos foram entregues ao caçador.

Com muito medo, quando anoiteceu, foi embora para outro lugar, porque ali era bastante perigoso. Correu mundo. Conheceu diferentes locais, mas sempre sozinho…

Em uma bela manhã, encontrou um lago maravilhoso, com três aves imponentes, que deslizavam suavemente, bordando as águas azuis. Sentiu-se em casa. Porém, nesse mesmo dia, as aves levantaram voo e foram embora, agora bordando também o céu azul. Era outono.

Mais uma vez, totalmente sozinho!… Ele não entendia muito o que se passava.

Agora, mais crescido, o Patinho ficou por aquele lago, nesse tempo de total solidão, sem nenhuma flor, sem nenhuma folha, tudo completamente vazio… Só solidão.

Permaneceu lá por muito tempo…

Nevou, nevou muito e ele continuou sozinho. Estava crescendo e nem percebia que suas penas mudavam de cor.

Até que um dia, o patinho viu retornarem às águas cristalinas aquelas três aves brancas, maravilhosas, com as quais havia se identificado. Estavam de volta, radiantes como a  primavera.

Foi então que, numa explosão de alegria, o Patinho descobre. Na verdade, se descobre:
– Nado como eles, nas mesmas águas, que são um espelho, e me vejo: eu, que sofro por ser feio, agora estou transformado. Eu sou igual a eles, sou uma daquelas aves brancas, que achei tão elegantes. Eu sou… Eu sou… um cisne!
– Achei meu lugar no mundo, encontrei, afinal, a minha família.

Estou no paraíso, sou feliz!

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