19fev
2011
7

João e Maria em Doce

Era uma vez duas crianças muito pobres, chamadas João e Maria, que viviam perto de uma imensa floresta.

Certo dia, o pai e a madrasta das crianças conversavam sobre a dificuldade em alimentar a todos. A madrasta disse ao marido que encontrara a solução.
– Amanhã bem cedo, iremos à floresta. As crianças descansarão depois de comerem o pão e, quando acordarem da sesta, não estaremos mais lá. Eles, jamais, encontrarão o caminho de volta.

As duas crianças brincavam e escondidas ouviram toda a conversa. Maria só chorava. João disse-lhe:
– Não precisa chorar. Vou encontrar uma saída para nós.

Antes do nascer do sol, saíram de casa.

Joãozinho, muito esperto, havia enchido o bolso com pedrinhas. Jogava-as por todo o caminho para deixá-lo bem marcado.

As crianças comeram o pequeno pedaço de pão e descansaram em uma  clareira forrada de feno, lugar ideal para a sesta.

Quando acordaram, perceberam que  estavam sozinhos, mas conseguiram retornar para casa, já que o caminho estava marcado com as pedrinhas.

A madrasta ficou indignada, quando viu as crianças de volta. Já o pai ficou extremamente feliz e aliviado.

O discurso da madrasta continuou o mesmo. No outro dia, foram por outro caminho, onde a floresta era mais densa, dificultando o retorno dos meninos.

Joãozinho não teve tempo para recolher pedrinhas. Utilizou a única coisa que tinha em mãos: um pequeno pedaço de pão.

João jogava migalhas no caminho. Diversas vezes, ele parava e disfarçadamente jogava mais delas no chão. Não percebeu, porém, que os pássaros, que vivem procurando comida, apagavam todas as marcas deixadas.

No meio da densa floresta… os pais se distanciaram. As crianças ficaram sozinhas, mas despreocupadas. Só não contavam com a fome das aves.

Assim que resolveram voltar, perceberam que não havia marcação, as migalhas haviam desaparecido.

Anoiteceu. Com medo, ficaram mais unidos. Adormeceram profundamente, junto à fogueira, ao relento.

Com o canto dos pássaros, acordaram e puseram-se a andar. Depararam-se com paisagens diferentes:  vales, rio, bosque, montanhas, caminhos… e um lugar que parecia secreto… Caminharam muito.

Cansados, com fome, sem conseguir sair da floresta, avistaram um pássaro branco, uma pomba. Encantados com aquela visão, acompanharam a pombinha, que pousou em um telhado.

João e Maria não acreditavam no que viam: uma casa de doces!
– Uma miragem! Não é possível! Caminho de açucarado! Telhado de marshmellow! Paredes de bolacha! Porta de chocolate! Janela de açúcar! Que delícia! Uma bela refeição!!!

De repente… um barulho dentro da casa:
– Quem comeu da minha casinha? – disse de dentro uma voz de velhinha.

A senhora serviu boa comida às crianças. Parecia tão boazinha…

Na manhã seguinte, eis que ela  prende Joãozinho numa gaiola. Maria foi obrigada a fazer todo o serviço da casa e a cozinhar muito, muito…, pois o menino precisava ficar bem gordinho, para ser devorado pela malvada.
Porém, a senhorinha não enxergava bem. João, percebendo isso e adivinhando as suas intenções, a enganava todos os dias, mostrando um ossinho no lugar do dedo, que ela examinava sem falhar. O menino fazia assim, para que ela pensasse que ele ainda estava magrinho.

Depois de muito tempo… a velhinha perde a paciência…
– Maria, coloque água fervente no caldeirão para cozinhar Joãozinho!!!

Acenda o forno também… depois de cozido irá para o forno.

Nesse momento, Mariazinha teve uma idéia e disse à senhora.
– Não consigo acender o forno.
– Sua tola! disse a velha. Basta chegar bem perto da porta do forno e acender.

Nesse exato momento, a menina empurrou a velhinha para dentro do forno e abriu a jaula de Joãozinho.
– Estamos livres! Vamos voltar para casa!

Perceberam que, além das guloseimas, havia na casa moedas de ouro. Pegaram muitas…
Foram embora.

A paisagem já era familiar: lago, bosque, clareira e sem caminho secreto. Até os bichinhos puseram-se a ajudar.

Enfim, avistaram a sua casinha e viram seu pai. Correram para abraçá-lo para, finalmente, ficarem juntos para sempre.

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